quarta-feira, 14 de setembro de 2011

REALIDADE SUBURBANA - 2º CAP - MUDANÇA DE HABITO

O dia se passou, chegamos em casa na hora do jantar, antes de comer meus pais faziam a oração, e quando começávamos a comer minha mãe sempre perguntava a todos na mesa:

MÃE: - como foi o dia de vocês?? Perguntou com um sorriso no rosto;
PAI: - trabalhei demais hoje, eles estão arrancando meu coro – risos ;
ROSE: - não preciso responder mãe, você viu eu tava te ajudando – falou com tom de tédio.

Quando fui responder, lembrei daquela cena, a raiva voltou mais as palavras do meu velho tinham muito peso olhei para o meu pai que sorria pra mim e disse:

JACK: - meu dia foi normal, mãe nada de mais;

Nesse instante meu irmão Miguel se levantou e disse:

MIGUEL: - obrigado pela comida mãe, mais eu tenho que ir na casa do Bruno( vizinho).
MÃE: -  volta logo, não quero meu moleque na rua de noite, só dá maconheiro e bandido esse horário.

Fiquei preocupado mais continuei a comer, Miguel pelo contrario tinha planos, por ser um garoto prestativo, ele conhecia todo mundo no morro, principalmente os bandidos.
Chegando na BOCA, Miguel viu dois caras fumando maconha e com armas na mão, um se chamava ROCKY tinha uns 17 anos, e com ele dividindo o cigarro de maconha estava o Osmar tinha 15 anos.

ROCKY: - e ai Miguelito qual é cumpadi, ta perdido? Perguntou com a voz melosa,
MIGUEL: - quero falar com o Pacheco,
OSMAR: - tu qué o que com o Patrão ( se referia ao Pacheco)
MIGUEL: - Rapaziada...

Miguel contou aos dois o que havia acontecido, e eles por sua vez deixaram o meu irmão ir até a casa do Pacheco. Chegando na frente do Barraco que mais parecia uma mansão, Miguel ficou admirado e pensava como podia existir uma casa como aquela na favela, a porta da frente estava aberta, e o Hip-hop estava rolando. Enquanto Miguel andava em direção a porta olhava ao seu redor via vários garotos de varias idades,  amigos dele com armas na mão, alguns usuários, e algumas garotas. Poucos passos da entrada da casa Rocky disse:

ROCKY: - da um tempo aqui Miguelito,
MIGUEL: - de boa – respondeu meio assustado
ROCKY: - Patrão tem um muleque querendo traçar uma idéia contigo.

De dentro da casa eles ouviram:

PACHECO: da uma geral no pivéte e manda ele entrar.




PACHECO


ROCKY

DOS SANTOS

REALIDADE SUBURBANA - PERSONAGENS


JACK


MIGUEL


ROSE


PAI DO JACK


MÃE DO JACK



EM BRVE MAIS PERSONAGENS

REALIDADE SUBURBANA - 1º CAP - TRISTE REALIDADE

Brasil, país dito por muitos como abençoado por Deus, e bonito por natureza, para mim é como um tapete caro, quando você o vê fica impressionado, mais só o Dono sabe a sujeira que existe embaixo dele.

Eu sou jackson, conhecido no morro como Jack, tenho 18 anos e acabei de sair da ensino médio. tenho um irmão chamado Miguel, e uma irmã chamada Rose, moramos com nossos pais e temos uma vida muito humilde.

Como todos sabem, o morro é a sujeira embaixo do tapete, quem mora nele é comparado a um acaro, eu sempre fui um cara esforçado, excelente aluno, bom filho e agora trabalhador, pego o ônibus todos os dias as cinco da manhã com meu irmão que ainda estuda, e com meu pai, que trabalha na construção civil.

Hoje vejo que a minha vida mudou dentro de um ônibus, estavamos indo trabalhar como todos os dias, mais neste dia reparamos que os passageiros estavam meio assustados e ficamos sabendo pelos comentários que o morro estava em guerra com a policia. Em um determinado momento da nossa viagem o motorista foi obrigado a parar, e dois policiais subiram, passaram pela catraca e começaram a olhar para cada passageiro. Eu, meu pai e meu irmão, estavamos nos ultimos bancos do ônibus, foi então que o policial se aproximou e disse:

POLICIAL: - mão na cabeça os três - sacou a arma e apontou em nossa direção;

Jack: O que houve senhor, - perguntei assustado pois nunca tinha passado por isso antes, e meu pai disse:

PAI:- alguma coisa errado polici..., antes mesmo de terminar a palavra meu pai levou um tapa na cara, eu fiquei em choque e furioso, olhei para o meu irmão e sabia que ele sentia o mesmo, meu pai levantou a cabeça, olhou nos olhos do policial e disse:

PAI:- aqui só tem estudante, trabalhador e pai de familia, não precisa fazer isso,

o policial respondeu:

POLICIAL: - me dá a sua bolsa, ainda com a arma apontada para nós.

Então ele olhou não só a bolsa do meu pai mais, a minha e a do meu irmão. Antes dele nos entregar a bolsa e sair pude gravar o nome que estava na sua farda, DOS SANTOS, esse era o nome do safado que tinha nos humilhado dentro do ônibus, se eu tivesse uma arma teria feito uma peneira dele, foi quando meu pai ainda tremendo de raiva falou:

PAI: - é isso que eles querem da gente meninos, querem a nossa dignidade interior, mais somos melhores que eles e temos que mostrar isso para todos.

Para mim aquelas palavras foram me acalmando, mais para o meu irmão Miguel não serviu de nada. Ele sempre foi meio revoltado, tinha o nosso pai como um deus, e ver aquela cena o deixou indignado e cheio de idéias sombrias.

Antes de descer perguntei:

JACK: - tudo bem miguel??

MIGUEL: - DOS SANTOS, né?? pode deixar, falou com olhar irreconhecível.